Ser um EVANGELISTA DE CRIANÇAS é ganhar para Cristo e discipular os que estão na faixa etária de 4 a 14 anos de idade. É ser um MISSIONÁRIO DA JANELA 0 - 14 - a janela da oportunidade. As estatísticas apontam que é justamente na faixa etária de 0 a 14 anos que 86% dos que hoje se dizem salvos pela graça, mediante a fé em Jesus Cristo, receberam-no como seu Senhor e Salvador. Infelizmente, há preconceitos e atitudes erradas que se tornam barreiras no evangelismo de crianças. Um raciocínio preconceituoso é: “Se não posso dar assistência a uma criança marginalizada, não é conveniente então, evangelizá-la. Para que evangelizá-la se depois não poderei dar-lhe um lar, uma roupa, um prato de comida?” Outro pensamento errado é supor que uma criança mais afortunada não tem nenhum interesse nas coisas de Deus. E assim, milhares de crianças, tanto ricas como pobres, são deixadas sem ouvir o precioso evangelho. É preciso eliminar os preconceitos e adotar uma atitude correta na tarefa de ganhar as crianças para Cristo. Considere, então, os princípios abaixo:
1. PRINCÍPIO DA PRIORIDADE
Há tanto para fazer que, na maioria das vezes, ficamos agitados de um lado para outro com "muitas coisas", quando apenas "uma coisa é necessária" - estar aos pés de Jesus! Em João 21:15 Jesus faz a seguinte pergunta: “Tu me amas”? Após a resposta positiva de Pedro, Jesus lhe disse: “Cuida dos meus cordeiros”. Aquele que se preocupa com o Senhor em primeiro lugar, desejando adorá-lo, amá-lo, honrá-lo, estará com o coração correto para amar também as crianças ao seu redor e será usado pelo Senhor alcançando com a mensagem da salvação as crianças das classes mais e menos favorecidas. O princípio de prioridade quer dizer: "Seja Maria e não Marta!"
2. PRINCÍPIO DO PODER DO EVANGELHO
O evangelho é “o poder de Deus para, salvação de todo aquele que crê" (Romanos 1: 16). "Todo aquele" pode ser qualquer criança, não importa qual a sua condição. Muitas pessoas acreditam que as crianças mais carentes, ao contrário das mais ricas, reconhecem com mais facilidade o seu próprio estado de pecado e a sua real necessidade de um Salvador, mas na prática sabemos que não é assim. Este princípio afirma: "Nunca pense que é mais difícil alcançar uma criança do que outra".
3. PRINCÍPIO DO VALOR DE UMA ALMA
Jesus Cristo afirmou: "Que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma? Que daria um homem em troca de sua alma?" (Marcos 8:36,37). Se uma criança tiver todos os recursos necessários para o seu bom desenvolvimento e, ainda assim, não confiar em Jesus Cristo como seu único e suficiente Salvador, de que lhe adiantará todo o luxo e todo o conforto? Por outro lado, a criança que vive na miséria e na pobreza que assola tantas famílias, convivendo com a marginalidade, a violência, o abandono e a prostituição, tão alarmantes, teria, na solução destes problemas, maior possibilidade de crer na mensagem da salvação? Sem nenhuma sombra de dúvida, as almas eternas das crianças são de suprema importância e não a sua condição de miséria ou abundância ou qualquer outra condição exterior. A criança, seja rica, seja pobre, precisa ouvir, entender e crer no evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo. Deveremos, por isto, ser indiferentes à sorte dos pobres? De maneira nenhuma. Conforme Tiago 5.1-6, o Senhor ouve o clamor dos pobres, vê a acumulação cada vez maior de riquezas nas mãos dos ricos, a avareza, a injustiça, a crueldade e a corrupção. O Senhor dará a justa retribuição àqueles que acumulam riquezas desonestamente. Que sejamos pacientes e perseverantes em anunciar a verdade, expondo o pecado em toda a sua realidade, não só o pecado individual, mas também o pecado que gera problemas sociais, mesmo que isto acarrete algum tipo de sofrimento. Oremos contra toda a injustiça. Para nós, o fato de não podermos resolver toda a problemática da pobreza e do sofrimento neste mundo, não deverá ser um impedimento na tarefa de evangelizar e discipular, pois esta é a Grande Comissão que recebemos de nosso Senhor Jesus Cristo. Este princípio nos livra de aceitar a lógica humana de que o principal problema do homem seja terreno. Não! “O problema número 1 do ser humano, criança ou adulto, é o seu destino eterno”.
4. PRINCÍPIO DA IDENTIFICAÇÃO
Poderiam as circunstâncias limitar a graça de Deus? De maneira nenhuma! Por mais difícil que seja a circunstância em que a criança vive, é um erro supor que ela precisa ser retirada da sua situação, às vezes tão negativa, para que possa ouvir favoravelmente ao evangelho, pois é exatamente ali onde ela se encontra que a graça do Senhor pode alcançá-la. O amor, a alegria, a paz, o poder e o consolo prometidos pelo Senhor podem ser experimentados mesmo nas situações mais desfavoráveis e adversas e podemos aprender com o apóstolo Paulo, a dizer confiadamente: "Tanto sei estar humilhado, como também ser honrado; de tudo e em todas as circunstâncias já tenho experiência, tanto de fartura, como de fome; assim de abundância como de escassez; tudo posso naquele que me fortalece" (Filipenses 4:12,13). Quando Jesus ordenou: "Ide por todo o mundo e pregai o evangelho a toda criatura" (Marcos 16:15), Ele sabia que os discípulos enfrentariam culturas e situações completamente diferentes daquelas a que estavam acostumados e vivenciariam situações que não poderiam nem mesmo compreender completamente. Será que eu precisarei ser um miserável para evangelizar a criança abandonada? Será que eu precisarei ser um milionário para evangelizar a criança privilegiada? Será que as crianças me aceitarão, embora eu não seja de seu próprio contexto? A compreensão da cultura e dos problemas específicos da criança a quem vamos ministrar, a identificação com ela, a contextualização da mensagem, a disposição de amá-la, conhecendo ao máximo como ela vive e falando a linguagem que ela possa entender, sem a preocupação exagerada com a questão de que somos diferentes dela, são elementos que cooperarão para que ela seja sensível ao Senhor e ao evangelho. Vale a pena meditar nas palavras do apóstolo Paulo em 1 Coríntios 9.22: "Fiz-me fraco para com os fracos, com o fim de ganhar os fracos. Fiz-me tudo para com todos, com o fim de, por todos os modos salvar alguns". Sim, é necessário levar a sério este princípio da identificação: "Alcance a criança em seu próprio contexto!"
5. PRINCÍPIO DA NÃO ACEPÇÃO DE PESSOAS
A maioria do esforço evangelístico é sempre direcionada para as camadas menos favorecidas da sociedade. Provavelmente, isto se deve ao fato de que, identificando-se as necessidades físicas, atenta-se também para as necessidades espirituais das pessoas. Deus, entretanto, não faz acepção de pessoas. Uma alma eterna não pode valer mais do que outra. As óbvias necessidades materiais de uma criança carente não fazem o seu destino eterno ser, de modo algum, mais importante do que o das outras crianças. Sendo assim, é necessário empregar todo esforço e diligência para se alcançar as crianças em todas as classes sociais. Que jamais, por causa do medo ou da incredulidade, venhamos a negligenciar os pequeninos! Precisamos amar ao Senhor e amar as crianças, certos de que elas são receptivas ao Evangelho e estão desejosas de aprender da Bíblia. Precisamos crer que, em todos os contextos sociais, as crianças podem ser alcançadas com a mensagem da salvação. Vamos descobrir estratégias para cumprir o nosso ministério de alcançar todas as crianças e em todos os lugares. Este princípio, da não acepção de pessoas, diz: "Não julgue ser mais importante alcançar a criança miserável do que qualquer outra". Vá, onde as crianças estão, com o evangelho de Cristo Jesus!
6. PRINCÍPIO DA IGREJA
Nenhum trabalho que vise evangelizar as crianças deveria ser planejado e iniciado sem o conhecimento e aprovação da igreja e sua liderança. É fundamental que os ministérios especiais que venhamos a realizar sejam da igreja, e não os nossos ministérios. Isto contribuirá, e muito, para que as crianças sejam preparadas para uma futura integração à vida da igreja. A igreja com a visão da importância de se evangelizar as crianças, dará o apoio fundamental para que o trabalho não seja interrompido: orações, materiais, pessoas, etc. Ninguém pode fazer tudo sozinho! Este princípio afirma: "Trabalhe sempre em sintonia com a sua igreja”.
7. PRINCÍPIO DA GLÓRIA DE DEUS
A nossa mente e o nosso coração devem ser dominados pelo sentimento de que somos simplesmente instrumentos nas mãos do Senhor. "Porque de Deus somos cooperadores" (1 Coríntios 3:9). Se há algum fruto, algum resultado, não temos do que nos gloriar. Somos seus cooperadores. Trabalhamos para o Senhor e tudo quanto fazemos, devemos fazer para a glória de Deus! Na verdade, Ele é quem realiza Seu plano através de nós, pois Ele mesmo disse: "Sem mim nada podeis fazer" (João 15:5). Este princípio é claro: "Faça tudo para a glória de Deus!"
CONCLUSÃO
Observemos bem estes princípios com disposição para evangelizar e discipular.Continuemos juntos, alcançando as crianças no Brasil e no mundo, sem distinção de origem, raça, cor, idade, religião, ou quaisquer outras formas de discriminação.
Gilberto Celeti
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19 maio 2015
7 princípios para o ministério com crianças
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