23 junho 2015

A festa junina

As festas juninas estão por toda a parte na cidade e estendem até mesmo pelo mês de julho. Mas por que os evangélicos não participam dessa festa? De onde vem essa tradição que ganhou força no Brasil?

A tradição de celebrar o mês de junho é bem antiga. Há mais de dois mil anos, os povos antigos da Europa já festejavam, no mês de junho, o início das colheitas. Fogueiras, danças e muita comida sempre fizeram parte destes rituais pagãos.

No Brasil, a data é celebrada desde 1583. O costume foi trazido pelos portugueses e espanhóis, ainda como uma forma de agradecer pelas colheitas, mas também como uma maneira de homenagear os santos do mês de junho. A comemoração da safra acontecia com cantos, danças, fogos e comidas, integrando a religiosidade e a festividade, a devoção e a distração. Aos poucos, outros elementos foram sendo introduzidos nas festas juninas. A quadrilha, por exemplo, chegou ao Brasil no século 19, trazida pela corte portuguesa.

Conheça os santos festejados
Os santos comemorados durante o mês de junho são:
- Santo Antônio, celebrado no dia 13;
- São João, no dia 24;
- São Pedro, no dia 29.

Entenda os símbolos da festa junina
- A roupa: sempre muito coloridas, imitam os caipiras que são os matutos que vivem na roça.
- Arraial: também chamado na linguagem matuta de arraiá, é um largo espaço ao ar livre, cercado ou não e onde barracas, decorado com bandeirinhas de papel colorido, balões e palha de coqueiro.
- Fogueira: simboliza a proteção dos maus espíritos, que atrapalhavam a prosperidade das plantações. A festa realizada em volta da fogueira é para agradecer pelas fartas colheitas. Além disso, como a festa é realizada num mês frio, serve para aquecer. Cada santo tem uma fogueira, sendo a quadrada de santo Antônio, a redonda de São João e a triangular de São Pedro. A fogueira ainda possui outro significado. Para os cristãos, a fogueira está relacionada ao nascimento de São João Batista. Contam os católicos que Santa Isabel acendeu uma fogueira para avisar à Maria, mãe de Jesus, do nascimento de seu filho, João Batista, no dia 24 de junho. Para os pagãos, a fogueira espanta os maus espíritos.
- Balões e fogos de artifício: segundo a tradição popular, servem para despertar São João Batista. Também é comum as crianças soltarem bombas como Buscapé e espada de fogo.
Mastro de São João – É erguido durante para celebrar os três santos ligados aos festejos. No Brasil, no topo de cada mastro são amarradas três bandeirinhas simbolizando os santos.
- A quadrilha: tem o seu nome de uma dança de salão francesa para quatro pares, a “quadrille”. Veio para o Brasil seguindo o interesse da classe média e das elites portuguesas e brasileiras do século XIX porque, por aqui, interessava tudo que fosse a última moda de Paris. Ao longo do século XIX, a quadrilha se popularizou no Brasil e se fundiu com danças brasileiras pré-existentes e teve subsequentes evoluções. Aqui ganhou áreas rurais. Por isso os participantes da quadrilha vestem-se de matuto ou à caipira. Dançam em pares. Tem ainda a figura do noivo e da noiva, já que a quadrilha encena um casamento fictício.
- O casamento caipira: faz uma sátira aos casamentos tradicionais, além de banalizar o sentido do mesmo. A noiva está grávida e o pai dela obriga o rapaz a se casar. Na apresentação do casamento, na roça, o noivo aparece bêbado, tentando fugir do altar por várias vezes, sendo capturado pelo pai da noiva que lhe aponta uma espingarda. Este conta com o apoio do delegado da cidade e do padre para que o casamento seja realizado. Após a cerimônia, os noivos puxam a quadrilha.
- Músicas: no Brasil a festa ganhou ritmos bem nacionais como o forró, baião, xote, samba-de-coco e as cantigas.
- Simpatias: as pessoas que participam podem fazer simpatias e promessas para os santos. As promessas para se casar são as mais frequentes, uma vez que o santo casamenteiro é celebrado na festa. Uma simpatias muito comum é: moças solteiras que querem casar colocam um figurino do santo de cabeça para baixo atrás da porta ou dentro do poço ou enterram-no até o pescoço. Fazem o pedido e, enquanto não são atendidas, lá fica a imagem de cabeça para baixo.

No dia 13 de junho, é comum ir à igreja para receber o pãozinho de Santo Antônio, que é dado gratuitamente pelos frades. Em troca, os fiéis costumam deixar ofertas. O pão, que é bento, deve ser deixado junto aos demais mantimentos para que esses não faltem jamais.

- A lavagem dos santos: é o momento em que as suas bandeiras são mergulhadas em água, para trazer purificação. As bandeirolas representam as bandeiras dos santos, levando purificação a todo o local da festa.
- O pau de sebo: é uma brincadeira com o objetivo de se ganhar uma quantia em dinheiro, que está afixada em seu topo. As pessoas têm que subir no mastro, lambuzado de gordura. Muitas vezes, os participantes vão subindo nos ombros uns dos outros, até conseguirem pegar o prêmio, que acaba servindo para pagar parte de suas despesas na festa.

As festas juninas e a igreja
Os evangélicos não concordam e não participam das festas juninas porque, na verdade, essa é uma celebração a santos. As comidas e as danças, longe de ser apenas uma diversão, são oferecidas a eles.

A festa junina não é cultural, puramente falando. Mas é religiosa, associada ao culto de santos, como os acima citados. Onde um crente protestante poderia coadunar com isso? Ir a uma paróquia participar é meio contraditório. Se for assim, os evangélicos poderiam participar de todo ritual religioso professado no Brasil como ritos de umbanda e candomblé, orientais e outros que também oferecem a deuses e guias comidas e festas. É claro que nenhum evangélico participaria dessa festa com a intenção de praticar a idolatria. Mas tal procedimento, por si só, é condenado pela Bíblia.

A Bíblia é muito clara em relação à idolatria e à exortação a não cultuarmos outros deuses. Para saber mais sobre esses assuntos, leia 1 Sm. 15: 23; At. 17:16; 1 Co. 01:14; e Gl. 5:20. Sobre comida sacrificada aos ídolos, leia At. 15:20; Rm. 14:15-21; 1 Co. 8;10:25-33.

fontes: 

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